Alfredo da Mota Menezes

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Cuiabá é filha do rio 2m6t4t

O rio Cuiabá ainda tem vida, apesar da quantidade de lixo que recebe 654c13

Tem uma barcaça no rio Cuiabá para retirada de lixo. A média dessa coleta por ano é de 120 toneladas. Plásticos, brinquedos, sacolas e tentas outras coisa. Tudo indica que continuará essa poluição do rio que dá nome à cidade. A poluição deste rio deveria ser uma preocupação constante.

Alfredo da Mota Menezes
Alfredo da Mota Menezes

Outros lugares pelo mundo tiveram rios poluídos por séculos. São sempre citados os casos do rio Tâmisa em Londres. Virou um fedor histórico para a cidade. Resolveram despoluir o rio, levaram décadas para fazer isso. Hoje revitalizado aparecem até peixes que havia desperecidos há muito tempo.

O rio Sena, em Paris, foi considerado morto. A partir da década de 1960 investiram em sua despoluição e hoje é um cartão de visita da cidade. Em Lisboa, o Tejo esteve no mesmo caminho desses outros rios de cidades europeias. Gastos monumentais, a partir do ano 2000, está trazendo de volta este rio para embelezamento de Lisboa.

Em São Paulo os rios Tietê e Pinheiros são exemplos de verdadeiras cloacas a céu aberto. É uma vergonha para os paulistas.

De volta ao rio Cuiabá. Ele ainda tem vida, apesar da quantidade de lixo que recebe. É importante um trabalho contínuo, inclusive em escolas do ensino básico, para impedir o crescimento da poluição em um rio que deu vida a esta cidade.

Cuiabá é filha do rio. Por ele chegaram os primeiros exploradores. O ciclo do ouro não demorou muito e a maior parte dos que vieram naquela aventura voltaram para suas casas. Os que aqui ficaram tiveram o rio como base de vida.

Em suas margens plantavam arroz, mandioca e até fumo para uso e também venda. O rio dava o peixe. Mais tarde surgem, ao longo dele, as usinas de açúcar.

Donos de usinas do chamado Rio Abaixo tiveram mando políticos em Mato Grosso. Um caso famoso foi o de Totó Paes da usina Itaicy, cuja construção ainda pode ser vista na margem desse rio. Totó Paes foi governador, perdeu a vida em confronto armado em caso momentoso da política estadual.

A comida típica cuiabana nasce nas margens do rio que corta a cidade. A música regional, como siriri e cururu, tem base por ali também. A linguagem típica, que está ainda viva entre a população ribeirinha, teve vida nesse rio.

Não havia estradas de outros lugares para Cuiabá. Tudo vinha pelo rio. A ligação daqui com a capital do país começava pelo rio, se ligava a outros até chegar à hidrovia Paraguai-Paraná e se ia aos países da Bacia do Prata e dali, saindo por Nova Palmira, no Uruguai, pelo Atlântico chegava-se ao Rio de Janeiro. A ligação de Cuiabá com os países da região foi por muito tempo preocupação para o governo federal.

Em síntese, o rio dava comida em suas margens, peixe, o sal chegava por aí, aparecem linguajar, músicas, folclore, dança. A cultura desta cidade nasceu e cresceu as margens desse rio. Por isso não custa nada repetir: Cuiabá é filha do rio.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Alfredo da Mota Menezes , e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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